terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Universidade de Brasília estuda óleos provenientes de plantas do Cerrado

Prof. Cláudio Del Menezzi

Muitos do alimentos, remédios, perfumes e produtos de limpeza e higiene contêm em sua fórmula óleos essenciais extraídos de plantas típicas do Cerrado – seja por suas propriedades antiviróticas, antifúngicas e antibacterianas, ou simplesmente para aromatizar. As inúmeras propriedades destas plantas e suas essências são agora estudas pelo Departamento de Engenharia Florestal da Universidade de Brasília (UnB).

Segundo o professor Cláudio Del Menezzi, coordenador da pesquisa, o objetivo é descobrir quais plantas do Cerrado têm maior potencial para extração de óleo e quanto dessas substâncias elas possuem. "Hoje em dia, quase todo mundo entra em contato, no seu cotidiano, com um produto que contém óleo essencial", diz Del Menezzi.

Uma alternativa sustentável

A pesquisa com plantas oleógenas do Cerrado é inédita na UnB e sua importância está no aproveitamento sustentável das riquezas desse que é o segundo maior bioma da América do Sul. O professor Cláudio Del Menezzi lembra que uma vez que os óleos essenciais têm valor no mercado, o produtor rural pode deixar de enxergar a vegetação como empecilho à atividade econômica em sua propriedade para utilizá-la de forma racional. "Os óleos essenciais são uma forma de valorizar a vegetação em pé, evitando a degradação e o corte irresponsável".

Em 2006/2007, o País contabilizou 800 toneladas de óleos essenciais de cítricos (limão, laranja) e 590 toneladas provenientes de eucaliptos, segundo o Ministério da Indústria e Comércio e Desenvolvimento (MDIC). Del Menezzi acredita que os óleos essenciais do Cerrado podem contribuir na produção brasileira de óleo. Ele ressalta, no entanto, que o mais importante não é atingir quantidades parecidas, mas conquistar uma valorização do produto devido à sua origem, por não estar ligado a áreas derrubadas e não haver uso de agrotóxico.

Para Del Menezzi, o futuro deve ser promissor. "O universo de possibilidades de trabalho é inesgotável. Sabemos que o bioma está sendo ameaçado pela expansão agrícola. Mantê-lo em pé é fundamental para a qualidade do meio ambiente".

Nenhum comentário: