As famílias remanescentes do quilombo Furnas de Boa Sorte, situado no Cerrado do Mato Grosso do Sul, receberão, ainda no primeiro semestre de 2008, a área de 1.413 hectares proveniente do programa de reforma agrária promovido pelo governo federal. A estimativa é de Luiz Carlos Bonelli, superintendente regional do INCRA naquele estado.
A comunidade foi fundada por ex-escravos vindos de Minas Gerais, no final do século XIX, logo após a abolição. Ao longo do século seguinte os quilombolas vivenciaram uma tragédia comum a quase todas as comunidades tradicionais brasileiras: suas terras foram expropriadas por grileiros e fazendeiros.
Em 2001 a Fundação Palmares iniciou a virada do jogo, formalizando o início do processo que, baseado do Artigo 68 da Constituição, reconhece Furnas de Boa Sorte como uma comunidade remanescente de quilombo. No dia 27 de setembro de 2007 o Diário Oficial da União publicou o decreto que selava a vitória de uma luta de mais de um século. Nele, o INCRA reconhece o território como quilombola e autoriza a desapropriação das áreas incidentes à propriedade.
Para José Roberto Camargo de Souza, coordenador de Instrução Processual da Comissão de Quilombos, a concretização do processo Furnas do Boa Sorte põe fim a um longo período de sofrimento da população dessa comunidade, e fortalece a expectativa de vitória dos outros processos em andamento no estado. No final de dezembro de 2007, o Incra publicou, nos Diários Oficiais do Estado e da União, os Relatórios Técnicos de Identificação e Delimitação (RTID) de Furnas do Dionísio, em Jaraguari; Colônia São Miguel, em Maracaju; Família Cardoso, em Nioaque e Chácara do Buriti, em Campo Grande.
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