Em janeiro de
Ortiz e Lurete estão entre os 76 indígenas que foram assassinados no Brasil durante o ano de 2007. O levantamento é feito a partir de depoimentos e acompanhamento sistemático de notícias veiculadas pela mídia nacional. Mato Grosso do Sul teve o maior número de ocorrências, com 48 casos. Em seguida está Pernambuco, com oito crimes.
O Cimi avalia que a principal razão para o aumento da violência é o confinamento ao qual os indígenas são submetidos. Isto se evidencia nos dados que mostram que dos 48 assassinados ocorridos no Mato Grosso do Sul, 14 aconteceram em Dourados, onde há a maior concentração de indígenas por hectare.
Estas e outras estatísticas e análises sobre as violações dos direitos indígenas em 2006 e 2007 serão publicadas em abril, pelo Cimi, sob o título Relatório de Violência contra Povos Indígenas no Brasil. O relatório trará números sobre ameaças, invasões de terras indígenas, tentativas de assassinato, mortes por falta de assistência, suicídio, falta de atendimento médico, entre outros.
Rede Cerrado
A REDE CERRADO tem divulgado neste espaço casos de trabalho escravo e assassinatos entre indígenas do Mato Grosso do Sul. Grande parte do quadro de violência apresentado pelo Cimi está relacionada a conflitos de terra. De um lado, os habitantes históricos do Cerrado sul-matogrossense e, de outro, fazendeiros ligados ao agronegócio.
É evidente a relação entre o avanço das fronteiras agrícolas e o aumento da violência no campo. O novo ciclo da cana-de-açúcar é, literalmente, o combustível desta situação.
Leia também a Carta dos Povos Indígenas do Cerrado, elaborada pela Mobilização dos Povos Indígenas do Cerrado, em sua primeira assembléia, realizada em dezembro passado, em Aquidauana, MS.
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