terça-feira, 16 de outubro de 2007

Cerrado e Caatinga ganham espaço na Biofach 2007

Produtos agroextrativistas típicos do Cerrado e da Caatinga têm destaque na BioFach 2007, que começa hoje e vai até o dia 18, em São Paulo. Eles estão na Sala Nordeste & Cerrado, que reúne 153 investimentos realizados em 14 estados brasileiros situados naqueles biomas. Os expositores representam as 17 mil famílias de agricultores que integram redes e articulações que trabalham pautados pelo respeito às diferenças socioculturais e ambientais de suas regiões.

A alemã BioFach é a mais importante feira de negócios sustentáveis do mundo e desde sua edição latino americana, iniciada em 2003, tem contribuído para uma crescente inserção dos produtos da agricultura familiar e da economia solidária nos mercados nacional e internacional.

Algumas das mais importantes iniciativas que envolvem negócios realizados a partir do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado e da Caatinga estarão representadas a partir desta terça-feira (16) em São Paulo na Sala Nordeste & Cerrado - Comunidades Eco-Produtivas. A sala faz farte da BioFach/Exposustentat América Latina 2007 que vai até dia 18/10. Trata-se da mais importante feira de negócios sustentáveis e que colocará em evidência a produção agroextrativista brasileira.

A Sala Nordeste & Cerrado reunirá 153 investimentos de 14 estados brasileiros localizados nos dois biomas. Os expositores representam mais de 17 mil famílias de agricultores integrantes das redes e articulações vinculadas à proposta da feira. As experiências apresentadas na Sala são desenvolvidas a partir do respeito às diferenças socioculturais e ambientais presentes nesses biomas.

O objetivo da Sala é abrir perspectivas para o comércio da produção sustentável desenvolvida pelas comunidades, já que a comercialização é um dos principais entraves que as comunidades enfrentam para colocar os produtos no mercado.

PPP-ECOS

Entre as iniciativas presentes na Sala Nordeste & Cerrado, estão os negócios de comunidades apoiadas pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS): a Cooperativa Agroextrativista Grande Sertão (polpas de frutas, óleos e mel); a Amavida (mel de abelhas nativas); a Pacari (plantas medicinais); Cooperjap (pequi); Ceppec (tecelagem) e Assema (derivados de babaçu). A Central do Cerrado, criada para apoiar o comércio justo e solidário das organizações comunitárias da região também levará seus produtos para o evento.

O PPP-ECOS existe em cem países e é financiado pelo Small Grants Programme (SGP), vinculado ao Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) da Organização das Nações Unidas. A execução dos projetos apoiados pelo PPP-ECOS se dá por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com interveniência do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS).

O programa também constitui co-financiamento ao Projeto Florelos (Elos Ecossociais entre as Florestas Brasileiras: modos de vida sustentáveis em paisagens produtivas), com apoio da Comissão Européia. No Brasil, o PPP-ECOS é coordenado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).

A Sala Nordeste & Cerrado terá um representante da alta gastronomia do Nordeste, o chef Faustino, de Fortaleza (CE). Além de participar de vários momentos na Sala, Faustino fará um Workshop no dia 18/10 destacando o que há de melhor na culinária Nordestina.

Nos stands do evento, estarão expostos óleos, doces, essências, mel e derivados, frutas e artesanato, mostrando a importância da inserção sustentável dos produtos da agricultura familiar e da economia solidária nos mercados nacional e internacional.

Alternativas

As experiências da Sala Nordeste & Cerrado são respostas sustentáveis à forte descaracterização vivenciada por dois grandes biomas do país. No Cerrado, a expansão desordenada da fronteira agrícola devasta a exuberante biodiversidade e ainda coloca em risco as águas das principais bacias hidrográficas brasileiras que têm suas nascentes na região.

A destruição do Cerrado também compromete a base da sobrevivência cultural e material de extrativistas, indígenas, quilombolas e produtores familiares agroextrativistas, que têm, no uso dos seus recursos, a fonte de sua subsistência e geração de renda.

Já na Caatinga, bioma mais expressivo do Nordeste, os solos rasos, clima quente e as chuvas irregulares aliados ao elevado índice de evaporação, tornam o bioma um meio ambiente vulnerável. Com uma cobertura vegetal reduzida a menos da metade da sua área original e situado numa das regiões semi-áridas com maior pressão demográfica do mundo, o bioma enfrenta grandes desafios. Um deles é o estabelecimento de alternativas econômicas sustentáveis, que gerem desenvolvimento e garantam justiça social e conservação ambiental.

A 2ª Edição da Sala Nordeste & Cerrado é uma realização da GTZ (Agência Alemã de Cooperação Técnica), DED (Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social), Fundação Konrad Adenauer, ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza), MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário ), PDHC (Projeto Dom Hélder Câmara) MI (Ministério da Integração Nacional) e CODEVASF (Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba), e conta com o apoio do Banco do Brasil.

.: fonte: Assessoria de Comunicação da Sala Nordeste & Cerrado/BioFach – Exposustentat e ISPN

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