O líder indígena Ortiz Lopes foi assassinado na noite deste domingo, informa uma nota divulgada pelo Conselho Indigenista Missionário (CIMI). Liderança do povo Guarani-Kaiowá, ele estava à frente das lutas pela recuperação de terras e já havia sobrevivido a outro atentado, estando sob fortes ameaças de morte.
Segundo depoimento da esposa de Ortiz, por volta das 18h30 de ontem, quando já estava escuro, um homem se aproximou da frente de sua casa, desejou boa noite e chamou por ele. Ao perguntar quem era, dirigiu-se à porta e foi baleado. Enquanto disparava sua arma, o assassino informou: "Os fazendeiros mandaram acertar contas com você".
Em janeiro deste ano, juntamente com um grupo de 300 pessoas, Ortiz participou da retomada da terra indígena Kurussu Ambá, no município de Coronel Sapucaia, na fronteira com o Paraguai. Uma semana depois, o grupo foi violentamente expulso do local por uma operação conjunta entre policiais militares e seguranças da fazenda Madama, uma das invasoras da terra indígena. Na ocasião, a líder religiosa Xurete Lopes, 70 anos foi executada em seu barraco na presença de seus familiares e o jovem Valdeci Ximenes, 22, ficou baleado. Nenhum agressor foi preso, ao passo que 12 indígenas, inclusive crianças, foram levados à delegacia de Amambai e quatro deles, as principais lideranças do povo, permanecem presos, acusados de roubo e invasão de terra.
De acordo com o CIMI, este é o vigésimo assassinato no Mato Grosso do Sul em 2007. O total já se igualou ao número registrado pelo Conselho durante todo o ano de 2006.
O Conselho pede que a morte seja investigada, além de garantias de segurança à comunidade e a demarcação dos territórios reivindicados pelos povos indígenas.
:: fonte: CIMI
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