quinta-feira, 22 de novembro de 2007

Banho socioambiental


Um sabonete produzido com óleo natural extraído do coco babaçu – uma palmeira do Cerrado – está fazendo sucesso entre os clientes que querem consumir produtos que ajudam a manter as comunidades tradicionais do Cerrado. O sabonete Babaçu Livre é fabricado artesanalmente pela Associação das Mulheres Trabalhadoras Rurais de Lago do Junco e Lago dos Rodrigues (AMTR), no interior do Maranhão.

Para obter o óleo da castanha, o babaçu é coletado e beneficiado pelas quebradeiras de coco, que muitas vezes enfrentam as balas dos fazendeiros para ter acesso às áreas particulares onde crescem as palmeiras. Bravas, elas não desistem. Já conseguiram até aprovar leis municipais que garantem o acesso às terras (Lei do Babaçu Livre). São milhares de quebradeiras lutando pelo direito de uso dos babaçuais.

As quebradeiras caminham quilômetros todos os dias pelo mato em busca dos cocos. Recolhem em fardos de até trinta quilos e os carregam às costas até um local onde todas se reúnem e, cantando, quebram os cocos para obter as castanhas, produzir o óleo e depois fabricar os sabonetes. De quebra, ajudam a preservar as palmeiras.

O produto com alto valor social e ambiental agregado mostra que é possível ajudar a preservar a natureza e as comunidades com apenas dois reais. Este é o valor com que o produto chega ao mercado por meio da Central do Cerrado. A organização sem fins lucrativos opera na base do comércio justo e solidário e distribui o sabonete para todo o país.

Contatos: www.centraldocerrado.org.br

por Jaime Gesisky

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