quarta-feira, 13 de fevereiro de 2008

Povo indígena, considerado extinto desde o século XVIII, renasce e luta por reconhecimento


Já no primeiro século da colonização, muitos povos indígenas originários do Cerrado foram extintos, vítimas do enfrentamento com bandeirantes e das epidemias trazidas pelo não-índio. Os Catú-awa-arachás, ou simplesmente Arachá, foram um desses povos, dados como extintos desde o século XVIII. Felizmente, trata-se de um engano.

Há remanescentes dos Arachá, vivendo na região do Triângulo Mineiro. Organizados em torno da Associação Andaiá eles buscam o reconhecimento de sua indianidade.

A Associação Andaiá é presidida pelo cacique Carcará-urú-arachás Edson Adolfo e visa promover o intercâmbio cultural, artístico e humano entre os povos indígenas de Minas e do Brasil. "Estamos lutando para levantar a nossa cultura, língua e tradições junto com os descendentes de várias etnias na região do Triângulo Mineiro e Alto Paranaíba". O cacique afirma ser de suma importância o apoio midiático e de instituições diversas, para que dar visibilidade às reivindicações de seu povo.

Sobre a história Arachá

Os índios Arachá habitavam as terras entre o Rio das Velhas e o Rio Quebra Anzol, num tabuleiro elevado do extremo oeste de Minas Gerais. Daí, o significado da palavra "arachá", do tupi-guarani: lugar alto de onde primeiro se avista o sol.

Originários da tribo Catu-Auá (gente boa), ou Cataguá, que vivia em Bambuí, e liderados pelo guerrreiro Anadaia-Aru, esses índios se instalaram na região bem antes da colonização portuguesa.

A primeira referência aos Arachá foi feita pela expedição de Lourenço Castanho Taques, no século XVI. A presença dos índios na região se constituiu num obstáculo à ocupação colonial. Por mais de um século, os Arachá defenderam ferozmente seu território, conhecido como o instransponível “Sertoins dos Arachás”.

Em 1766, foram vencidos em combate pelo mestre-de-campo, Coronel Inácio Correia Pamplona, e os poucos sobreviventes expulsos da região.

Resíduos arqueológicos encontrados por antigos fazendeiros dão pistas da localização da tribo desse povo, junto aos limites urbanos da atual cidade de Araxá.

Serviço

Para contatar a Associação Andaiá: andaiaraxa@gmail.com

Um comentário:

Joel / Uberlândia-Mg disse...

Muito bom o texto em questão. São exatamente as informações que eu estava precisando para compor parte do livro que estou escrevendo.Nota 1000!!!