quinta-feira, 9 de agosto de 2007

Rede Cerrado participa da Assembléia Geral da Rede Brasil


Constituída há mais de uma década com o objetivo de acompanhar e intervir em questões relativas às ações de Instituições Financeiras Multilaterais (IFMs) no Brasil, tais como o Grupo Banco Mundial (GBM), o Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e o Fundo Monetário Internacional (FMI), a Rede Brasil reúne hoje 80 organizações filiadas, entre movimentos sociais, entidades sindicais, institutos de pesquisa e assessoria, associações profissionais, redes, fóruns e ONGs.

A Rede Cerrado é uma das filiadas da Rede Brasil e participa, desde ontem (8), de sua VII Assembléia Nacional, em Brasília, DF.

O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, esteve, ontem (8), no evento para participar de um debate sobre o financiamento do desenvolvimento com os membros da Rede Brasil. Luciano Coutinho reconheceu que o banco precisa melhorar seu sistema de informações para garantir mais transparência em relação aos empréstimos que efetua. “Nós estamos pondo em marcha um processo para tornar o banco mais transparente”, disse ele.

Na ocasião, a Rede Brasil também divulgou a Plataforma BNDES, documento apresentado ao presidente do banco, com reivindicações de mudanças nos critérios utilizados pelo banco para a efetuação de empréstimos, incluindo maior transparência e rigor na análise dos impactos socioambientais dos empreendimentos. Coutinho declarou ter “mais de 80%” de concordância com o documento proposto pelos movimentos e disse que as divergências estão em detalhes.

Na avaliação da Rede Brasil, o BNDES é hoje uma instituição-chave na modelagem das políticas de desenvolvimento no Brasil. O banco é responsável, por exemplo, por grande parte dos financiamentos para a produção de etanol, papel e celulose e para a construção de novas hidrelétricas previstas no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC).

Sem dúvida, o Cerrado é, dentre os biomas, um dos mais afetados por esses empreendimentos. Por isso, a Rede Cerrado demandou à Assembléia da Rede Brasil maior atenção ao bioma, que "muitas vezes é visto como alternativa ao desmatamento da Amazônia", afirmou a Coordenadora Geral da Rede Cerrado, Mônica Nogueira. Segundo ela, "é preciso retirar o Cerrado dessa condição de liminaridade e reconhecer a sua importância, inclusive, para o equilíbrio de outros biomas".

A expectativa geral das organizações vinculadas à Rede Cerrado, que participaram da Assembléia da Rede Brasil, é de que nos próximos dois anos, as duas redes possam articular esforços em torno do monitoramento e intervenção sobre os grandes empreendimentos que ameaçam o Cerrado e seus Povos.

Para maiores informações sobre a Rede Brasil, visite o sítio: www.rbrasil.org.br, onde também encontra-se disponível o texto da Plataforma BNDES.

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