quinta-feira, 10 de abril de 2008

Pesquisa descobre novas espécies de vertebrados no Cerrado

Lagarto Stenocercus quinarius, por Cristiano Nogueira.

Pesquisadores de universidades brasileiras e da ONG Conservação Internacional (CI-Brasil) afirmam ter encontrado 14 "prováveis novas espécies de vertebrados" durante expedição na Estação Ecológica Serra Geral do Tocantins.

Os 26 pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), do Museu de Zoologia da USP, da Universidade Federal de São Carlos, da Universidade Federal do Tocantins e da CI-Brasil passaram 29 dias na reserva para o levantamento e mapeamento das espécies. A expedição é parte de um projeto financiado pela Fundação O Boticário de Conservação da Natureza, e conta também com o apoio da ONG Pequi - Pesquisa e Conservação do Cerrado.

Ao todo, 440 espécies foram registradas: 259 aves, 61 mamíferos, 52 répteis, 40 anfíbios e 30 peixes.

Segundo o coordenador da expedição, o biólogo Cristiano Nogueira, do Programa Cerrado-Pantanal da CI-Brasil, entre as 14 prováveis novas espécies da região estão oito peixes, três répteis, um anfíbio, um mamífero e uma ave.

"Foram obtidos dados inéditos sobre a riqueza, a abundância e a distribuição da fauna de uma das mais extensas, complexas e desconhecidas regiões do Cerrado", afirmou o biólogo.

"Os novos dados geram uma visão melhor da riqueza de espécies da maior estação ecológica do Cerrado, cuja fauna ainda era pouco estudada", acrescentou Nogueira.

Até mesmo no grupo dos lagartos, relativamente bem conhecido devido às amostragens recentes na região do Jalapão e no Cerrado, foram encontradas espécies desconhecidas e novos registros de distribuição.

Uma espécie de lagarto recém-descrita por membros da equipe e conhecida de poucas regiões do Cerrado foi encontrada, por exemplo, na porção mais ameaçada da unidade, no planalto da Serra Geral na Bahia.

Além das 14 novas espécies, a expedição também obteve vários registros de espécies ameaçadas, como a arara azul grande, a suçuapara, o tatu-bola, o pato-mergulhão, entre outros.

"Esse tipo de levantamento é imprescindível para aumentar nosso conhecimento básico sobre a biologia das espécies", disse Luís Fábio Silveira, do Departamento de Zoologia da USP.

"A partir dele, podemos obter dados sobre a anatomia, a biologia reprodutiva, o ciclo de vida e a alimentação das espécies, o que nos auxilia em futuros programas de conservação", acrescentou.

Os resultados consolidados serão utilizados como subsídio para a elaboração do plano de manejo da estação ecológica, criada em 2001, e ainda em fase de implantação.

Saiba mais no sítio da CI-Brasil: www.conservation.org.br

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