terça-feira, 8 de abril de 2008

Krugman: “Precisamos reagir contra os biocombustíveis, que revelaram ser um erro terrível”

“Eu falo sobre a crise de alimentos. Nos últimos dois anos os preços do trigo, milho, arroz e outros alimentos básicos dobraram ou triplicaram, com grande parte do aumento ocorrendo nos últimos poucos meses.” Assim o economista Paul Krugman inicia seu artigo publicado nesta semana no jornal The New York Times. Crítico da chamada “Nova economia”, termo cunhado na década de 90, Krugman, autor de 20 livros e mais de 200 artigos, é hoje professor de Economia e Assuntos Internacionais da Universidade de Princeton. A gravidade do tema não é dissimulada em suas palavras, afirmando que “Os altos preços dos alimentos são realmente devastadores nos países pobres, onde os alimentos freqüentemente são responsáveis por mais da metade das despesas de uma família.”

Ao analisar os motivos dos aumentos, o economista considera fatores que chama de “tendências de longo prazo”, como o aumento da população consumidora e, também, fatores climáticos, como secas e demais conseqüências do aquecimento global. Mas é na política vigente que Krugman centra seu fogo, e o vilão tem nome claro: biocombustível.

Segundo o economista, o etanol produzido a partir do milho, o que ocorre em larga escala nos Estados Unidos, não é viável. “Mesmo nas estimativas otimistas”, afirma, “a produção de um galão de etanol de milho usa grande parte da energia que o galão contém”.

A prática brasileira também não escapa à mira de Paul Krugman, que a considera danosa ao ambiente. “Na verdade”, afirma o economista em seu artigo, “até mesmo políticas de biocombustíveis aparentemente "boas", como a usada pelo Brasil com o etanol de cana-de-açúcar, aceleram o ritmo da mudança climática ao promover o desmatamento.”

Para ler a íntegra do artigo, clique aqui.
(Restrito a assinantes do UOL)

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