quarta-feira, 31 de outubro de 2007
Livro com o saber medicinal do Cerrado será lançado em março
As mais de trezentas páginas de Farmacopéia registrarão o que há muitas gerações vem sendo transmitido apenas oralmente pelas benzedeiras e raizeiros para seus filhos. Assim, um verdadeiro tesouro será compartilhado com todo o mundo. Aprenderemos, por exemplo, como fazer xaropes, pomadas, cremes, sabonetes, balas, pílulas, chás, óleos, tinturas e garrafadas de plantas como barbatimão, o algodãozinho e a batata de purga. São plantas e receitas desconhecidas dos grandes centros, mas profundamente enraizadas em culturas de populações rurais de Goiás, Minas Gerais, Tocantins e Maranhão.
"Farmacopéia Popular do Cerrado" é uma produção da Articulação Pacari, financiada pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-Ecos) e acompanhada pelos ministérios do Meio Ambiente e da Saúde.
Para saber mais...
terça-feira, 30 de outubro de 2007
Audiência Pública debate situação dos Xakriabá
Os Xakriabá têm sido vítimas de diversas formas de violência ao longo dos anos. O último fato registrado foi o assassinato de Avelino Nunes Macedo, no dia 16 de setembro. O índio, de 40 anos, foi abordado por quatro jovens que o espancaram até a morte. O crime ocorreu na comunidade de Virgínio, município de Miravânia, Minas Gerais - limite da área Xakriabá. Avelino integrava o grupo da aldeia Peruaçu, que luta pelo reconhecimento de suas terras na região de Dizimeiro.
Este acontecimento reflete o preconceito, a discriminação, omissão e ameaça vivenciada cotidianamente pelas populações indígenas. Ele também denuncia a desinformação da população em geral sobre a luta indígena e o direito destes povos a suas terras. O caso lembra o que aconteceu com Galdino Pataxó, queimado vivo em 1997 enquanto dormia num abrigo de ônibus em Brasília. Os assassinos, cinco estudantes de classe média alta, disseram que a intenção era apenas "dar um susto, fazer uma brincadeira".
A audiência acontecerá na aldeia Brejo do Mata Fome, a 22 km de São João das Missões, em Minas Gerais.
segunda-feira, 29 de outubro de 2007
A ONU afirma: o etanol é uma ameça para o Cerrado
Segundo o relatório Panorama do Meio Ambiente Global, o Brasil espera dobrar a produção de etanol, um biocombustível 'moderno', nas próximas duas décadas. O relatório aponta para o risco que as regiões ecológicas sofrerão com a expansão das lavouras destinadas à produção do etanol. A região do Cerrado é a mais ameaçada segundo o relatório. O relatório da ONU também destaca o problema da degradação da terra no Brasil e aponta situações "preocupantes" no sudeste do país e nos pampas. O cultivo extensivo de certas lavouras também é citado com uma ameaça à diversidade do planeta. Um exemplo usado pelo relatório do programa de Meio Ambiente da ONU é o aumento das áreas destinadas ao plantio de soja no Brasil.
.: fonte: Rádio Agência Notícias do Planalto
sexta-feira, 26 de outubro de 2007
Cresce o debate sobre RESEX no Cerrado
Até pouco, o número de RESEX no Cerrado era inexpressivo - seja em número de unidades ou de extensão. Mas, recentemente, a criação de três RESEX e um grande número de novas propostas aqueceram o debate em torno dessa unidade de conservação e seu potencial para a ampliação da área protegida no Cerrado.
De acordo com o Sistema Nacional de Unidades de Conservação (SNUC), as RESEX são áreas utilizadas por populações tradicionais, cuja subsistência baseia-se no extrativismo e, complementarmente, na agricultura de subsistência e na criação de animais de pequeno porte. Esse modelo de unidade de conservação tem como objetivos básicos proteger os meios de vida e a cultura dessas populações e assegurar o uso sustentável dos recursos naturais.
Hoje, há no Cerrado cinco reservas extrativistas, se incluídas as áreas de transição para a floresta amazônica. As duas primeiras, a RESEX Extremo Norte do Tocantins, nos municípios de Sampaio e Carrasco Bonito, Tocantins, e RESEX Mata Grande, em Divinópolis e João Lisboa, Maranhão, em área de matas de cocais, foram criadas em 1992, como resultado de intensa mobilização das quebradeiras de coco babaçu na região. Mas passados 15 anos, ambas as RESEX permanecem sem regularização. Isso porque as áreas particulares abrangidas pelos limites das RESEX devem ser desapropriadas pelo Estado, processo que pode ser dispendioso e demorado em alguns casos.
Somente em 2006, surgem outras duas RESEX no Cerrado: a RESEX Recanto das Araras de Terra Ronca, localizada nos municípios de Guarani de Goiás e São Domingos, e a RESEX Lago do Cedro, no município de Aruanã, ambas no estado de Goiás. Um ano depois, é a vez da RESEX de Chapada Limpa, em Chapadinha do Maranhão. Juntas, as cinco reservas totalizam cerca de 61 mil hectares de Cerrado em pé.
Novas propostas de criação de RESEX encontram-se sob estudo, em Minas Gerais , Bahia e Goiás. O Programa Cerrado Sustentável prevê a ampliação de 2 milhões de hectares de áreas protegidas no bioma, por meio da criação e ampliação de Unidades de Conservação (UCs), incluindo RESEX. Tudo leva a crer que o Cerrado, em breve, poderá contar com outras reservas extrativistas. Mas persistem dúvidas sobre quais são as adaptações necessárias para que essas unidades de conservação de uso sustentável realmente contribuam para a proteção dos meios de vida e culturas das populações tradicionais do Cerrado.
Para a Coordenadora Geral da Rede Cerrado, Mônica Nogueira, o tema merece atenção especial. "As RESEX representam hoje, para as populações tradicionais do Cerrado, uma oportunidade para o reconhecimento e defesa de seus territórios, mas não a única via para a conservação de áreas sob uso sustentável. Além disso, tendo sido uma categoria criada a partir da realidade amazônica, as RESEX provavelmente precisarão sofrer adaptações para serem replicadas com sucesso no Cerrado".
Nos próximos dias 30 e 31 de outubro, um novo capitulo dessa história deverá ser escrito, durante uma oficina técnica sobre RESEX e Reservas de Desenvolvimento Sustentável (RDS) no Cerrado, realizada pelo Ministério do Meio Ambiente, em Brasília, DF. Além da presença de representantes de populações tradicionais beneficiadas pela criação de RESEX no Cerrado e em outros biomas como a Amazônia, o evento contará com a participação de especialistas, organizações da sociedade civil e lideranças envolvidas com a proposição de novas reservas.
Os resultados da oficina serão divulgadas em edições futuras do CURTAS.
quinta-feira, 25 de outubro de 2007
Com reuniões esvaziadas, CONACER agoniza
Diante do quadro, o representante da Confederação Nacional de Agricultura (CNA) propôs a alteração do regimento interno da CONACER, para flexibilizar o quorum mínimo necessário para garantir deliberações – o que torna o quadro ainda mais dramático. A participação da sociedade civil em discussões de grande importância para o Cerrado e seus povos está, assim, bastante ameaçada.
Na pauta da última reunião, constavam temas importantes como o "Zoneamento Agro-Ecológico e Biocombustíveis", que deverá ser desenvolvido pela Secretaria de Extrativismo e Desenvolvimento Rural Sustentável, do Ministério do Meio Ambiente (MMA).
Este tema suscita preocupações, como as expostas por Cláudio Bedran (Planeta Verde, São Paulo), um dos representantes da Rede Cerrado na CONACER. "Preocupo-me com como será feito o zoneamento”, explica. “Será geograficamente, ou dentro de uma determinada área? Serão estabelecidos os percentuais de cultura, por exemplo: 30% de cana, 30% de soja e o restante para conservação?”. Segundo Bedran, com o boom do etanol, corremos o risco de não termos espaço para alimentação, extrativismo e conservação do Cerrado.
A Rede Cerrado, preocupada com a situação da Comissão, pretende convocar uma reunião entre os seus representantes para discutir as razões desse esvaziamento e rever estratégias de participação e influência sobre a CONACER.
quarta-feira, 24 de outubro de 2007
Mudanças Climáticas é tema de Conferência Regional
O objetivo do evento é disseminar o conhecimento técnico-científico e político relativo ao tema, colaborar com o debate e identificar soluções para sua mitigação e adaptação.
A conferência está organizada em quatro eixos temáticos ligados às mudanças climáticas: os aspectos científicos, a Educação Ambiental, o regime internacional de mudanças climáticas e o contexto brasileiro.
A III Conferência Regional do Meio Ambiente da Região do Alto Parnaíba e Triângulo Mineiro será no Centro de Cidadania Negra, em Monte Carmelo (MG), e aberto ao público.
Conheça abaixo a programação completa do evento.
Dia 25 de outubro
9h Abertura Oficial
9h30min Apresentação da III Conferência
10h15min Leitura e aprovação do Regimento Interno
12h Almoço
14h Conferência: Mudanças Climáticas, Mudança de Vida
Palestrantes:
Prof. Dr. Washington Luiz Assunção
Prof. Dr. Sílvio Andreozzi
Instituto de Geografia da UFU
15h45min Grupos Temáticos
1. Aspectos científicos das mudanças climáticas
2. O regime internacional das mudanças climáticas
3. O Brasil e as mudanças climáticas
4. Educação ambiental e mudanças climáticas
18h Plantio simbólico de árvores
Dia 26 de outubro
8h Mesa Redonda: Biodiversidade, Agricultura e Mudanças Climáticas
Palestrantes:
José de Oliveira - Rede Cerrado
Aderval Costa - Comissão Nacional para o Desenvolvimento Sustentável de Povos e Comunidades Tradicionais
Ricardo Lima - Secretário de Meio Ambiente de Uberaba
10h15min Continuação dos Grupos Temáticos
12h Almoço
13h30min Plenária: aprovação das propostas dos Grupos Temáticos
16h Eleição dos Delegados Regionais para a Conferência Nacional
17h30min Encerramento
terça-feira, 23 de outubro de 2007
Cerrado Maranhense ganha primeira Reserva Extrativista
A Reserva Extrativista Chapada Limpa, está localizada no município de Chapadinha, Maranhão e conta com uma área de 11.971,24 hectares.
No município de Chapadinha, a dinâmica produtiva é tradicionalmente baseada no agroextrativismo. As comunidades estabelecidas na parte alta da chapada ou vizinhas a ela têm no bacuri o principal produto do extrativismo. As residentes nas porções baixas da região praticam o extrativismo de babaçu, como atividade geradora de renda, e das palmeiras típicas de ambientes alagáveis (juçara, buriti e bacaba) para consumo da família. Os moradores da região dependem também da agricultura de subsistência para suprimento de alimentos básicos, tais como arroz, feijão e milho.
Esta unidade de conservação em região de cerrado do nordeste do Maranhão apresenta características especiais, pois ali podem ser encontradas espécies típicas tanto da região amazônica quanto da caatinga. É uma área de transição de três biomas distintos, que torna a Chapada Limpa importante para a sobrevivência de diferentes formas de vida.
Em janeiro de 2006, o Ibama recebeu um abaixo-assinado da associação comunitária do Povoado do Juçaral, que dava início à solicitação de criação desta unidade de conservação. O Centro Nacional de Populações Tradicionais e Desenvolvimento Sustentável (CNPT) realizou várias visitas técnicas na região, para elaborar os estudos necessários que caracterizassem o potencial da área em se tornar uma unidade de conservação. Estes estudos apontaram a adequação sócio-ambiental da área para se tornar uma reserva extrativista. No dia 7 de julho do ano passado foi realizada uma Consulta Pública em Chapadinha, na qual toda a sociedade civil organizada teve a oportunidade de conhecer e opinar sobre a proposta de criação da unidade.
Em seguida o processo de criação da unidade foi encaminhado a Brasília para apreciação da Ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e posterior encaminhamento de minuta de decreto de criação para a Casa Civil da Presidência da República, no dia 17 de janeiro deste ano. Desde então os moradores da área vivem a expectativa de ter a resolução de seus conflitos com a instituição da Reserva e lutaram muito para impedir que supostos proprietários de terra da região aprovassem propostas de implementação de projetos de desmatamentos, carvoarias e plantio de soja dentro dos limites da unidade proposta, colocando em risco toda a integridade natural local, inclusive a árvore-símbolo da luta das comunidades - um Bacurizeiro de 60 Galhos - foi derrubada.
A administração ficará a cargo do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade, que deverá adotar as medidas necessárias para a implantação, fiscalização e controle da unidade, providenciando o contrato de concessão de direito real de uso gratuito para a população tradicional extrativista das comunidades locais e os processos de desapropriação de imóveis rurais de legítimo domínio privado identificados dentro dos limites da reserva. O decreto presidencial foi publicado no Diário Oficial da União em 27 de setembro de 2007
segunda-feira, 22 de outubro de 2007
MMA realiza oficina técnica sobre Resex e Desenvolvimento Sustentável no Bioma Cerrado
O debate é de extrema importância para a Rede Cerrado, que pretende garantir a presença do maior número possível de representantes.
Conheça abaixo a programação completa do evento:
Oficina Técnica sobre Reservas Extrativistas e Reservas de Desenvolvimento Sustentável no Bioma Cerrado
1° Dia (30/10/07)
8:00 horas:
Recepção, credenciamento e alojamento dos participantes de Brasília.
10:30 horas:
Debate de experiências extrativistas e de desenvolvimento sustentável no Cerrado e outros biomas sob diferentes perspectivas:
Mesa redonda 1: Reservas extrativistas em outros biomas: avanços e dificuldades
Expositores: representantes de reservas extrativistas de outros biomas (Amazônia, Mata Atlântica e Costeiro).
Debatedores: representantes de ONG´s de atuação nacional e pesquisadores ligados a universidades ou centros de pesquisa.
13:30 horas:
Mesa redonda 2: Experiências extrativistas e de desenvolvimento sustentável e as estratégias de conservação no bioma Cerrado.
Expositores: lideranças de comunidades ou entidades extrativistas, representantes de ONG´s que atuam junto a comunidades extrativistas e técnicos do Instituto Chico Mendes e do Ministério do Meio Ambiente.
Debatedores: representantes de ONG´s e pesquisadores ligados a universidades ou centros de pesquisa.
15:00 horas
Apresentação de síntese do texto base
15:30 horas
Divisão dos participantes em grupos para debate do texto base, a partir dos seguintes temas:
a) As perspectivas de criação de reservas extrativistas e as reservas de desenvolvimento sustentável, considerando as características ambientais desse bioma, a realidade das comunidades tradicionais e a legislação vigente.
b) A territorialidade e a questão fundiária na criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável no Cerrado.
c) A sustentabilidade da produção extrativista e agropecuária, seu beneficiamento e comercialização nas reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável nesse bioma.
d) A organização social e as estratégias de uso, manejo e gestão pelas comunidades tradicionais a serem consideradas para a criação de unidades de conservação de uso sustentável no Cerrado.
e) Articulação da criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável com outras estratégias de conservação no Cerrado.
17:00 horas
Apresentação dos resultados dos trabalhos de grupo
2° Dia (31/10/07)
Manhã:
Apresentação de sistematização dos resultados dos trabalhos de grupo, debate e definição sobre pontos de importância para o Relatório Final sobre criação de unidades de conservação de uso sustentável no Cerrado.
Discussão da perspectiva de continuidade do debate em torno da criação de reservas extrativistas e reservas de desenvolvimento sustentável nesse bioma.
Avaliação da Oficina Técnica.
Tarde:
Retorno dos participantes.
Maiores informaçõs: Núcleo Cerrado e Pantanal/SBF/MMA
(61) 3317-1794 ou 3317-1958
sexta-feira, 19 de outubro de 2007
Destino das florestas brasileiras entregue aos ruralistas
O atual código florestal Brasileiro estabelece a necessidade de que cada propriedade rural tenha uma área mínima de florestas e outros ecossistemas naturais conservados. Essa área mínima é a soma das áreas de preservação permanente (como topos de montanha, margens dos rios, lagos e outros cursos d'água) e a área chamada Reserva Legal. A função da Reserva Legal é de manter dentro de cada propriedade, uma percentagem mínima de vegetação nativa, que cumpre uma importante função ecológica como habitat para a biodiversidade e fornece diversos serviços ambientais como o estoque de produtos florestais, controle de pragas e incêndios, melhoria da produção de água; na proteção do solo e corpos d'água evitando erosão e assoreamento; e captação de carbono da atmosfera;
A legislação brasileira estabelece que a área de reserva legal deva ser de 80% na Amazônia Legal, 35% na região de cerrado que esteja nos estados da Amazônia Legal e 20% nas demais regiões do país;
A grande maioria das propriedades rurais brasileiras não possui as áreas de preservação permanente (APPs) e de reserva legal (RL), conforme determina o código florestal. O PL 6424 é uma tentativa de estimular os proprietários rurais a regularizarem sua situação perante o código florestal. A legislação brasileira atual já prevê, em alguns casos específicos, mecanismos de compensação, onde o proprietário compensa o dano ambiental causado em sua propriedade por meio de aquisição direta de uma área com vegetação nativa em região próxima à sua propriedade ou através de cotas de reserva florestal;
O PL 6424 aumenta de forma inconseqüente e sem o devido embasamento técnico-cientifico as formas de compensação, permitindo novos mecanismos que terão um impacto significativo na biodiversidade e conservação das florestas brasileiras e no ordenamento territorial da paisagem rural brasileira;
As ONGs abaixo assinadas indicam os seguintes pontos do PL 6424/2005 consistem em ameaças a conservação das florestas:
1. A Possibilidade de recuperação de 30% da Reserva Legal na Amazônia com espécies exóticas, incluindo palmáceas. Na prática, esse dispositivo significa a redução da Reserva Legal na Amazônia para 50%, pois o uso de espécies exóticas reduz as funções ecossistêmicas das florestas nas propriedades privadas.
2. A Possibilidade de compensação de reserva legal em outra bacia, no mesmo estado e bioma. Este dispositivo estabelece a possibilidade de manter bacias hidrográficas sem áreas de floresta, com impactos ecológicos significativos, desestimulando a recuperação de áreas degradadas e a conseqüente recuperação de sua função de fornecedora de serviços ambientais tais como a produção de água e chuva para outros estados brasileiros.
3. A Possibilidade de cômputo da Área de Preservação Permanente no percentual de Reserva Legal. Em algumas regiões do País isso pode significar que a Reserva Legal deixa de existir, pressupondo equivocadamente que a função ecológica e econômica da Reserva Legal possa ser cumprida pelas áreas de preservação permanente, onde o seu manejo é mais restritivo.
4. A Compensação da Reserva Legal mediante doação de área para regularização fundiária de terras de comunidades tradicionais ou a recuperação ambiental de áreas degradadas no mesmo estado em territórios de povos e populações tradicionais, assentamentos rurais ou em florestas públicas destinadas a comunidades locais. Trata-se da transferência de ônus da regularização da reserva legal de propriedades privadas para comunidades tradicionais, restringindo a possibilidade dessa comunidade em decidir sobre o uso do seu território. A compensação obrigará a comunidade a manter essa área sob o mesmo regime da Reserva Legal. Trata-se de uma transferência de responsabilidade do poder público a terceiros. No caso da recuperação cria um ônus pela responsabilidade de manutenção das áreas a serem recuperadas.
5. A falta de vinculação da concessão de crédito à regularização ambiental das propriedades rurais. Com isso, mantém-se a possibilidade de acesso ao crédito rural pelas propriedades que desmataram áreas acima do permitido pelo código florestal brasileiro.
6. Falta de incentivos econômicos para recuperação e manutenção da Reserva Legal. Perde-se a oportunidade de propor mecanismos econômicos para viabilizar um modelo de desenvolvimento econômico baseado na floresta em pé, explorando os seus produtos e serviços de forma sustentável. Além disso, tendo em vista a rapidez com que vêm se dando as negociações em torno da proposta, houve pouca participação de representantes de organizações da sociedade civil, em especial das instituições que atuam em outros biomas igualmente importantes, como caatinga e cerrado, e do envolvimento da opinião pública brasileira. É fundamental que as conseqüências das propostas para estes biomas sejam devidamente analisadas e as mudanças avalizadas pela sociedade.
Propostas de alteração do código floresta devem estar baseadas em critérios objetivos, evitando-se um elevado grau de subjetividade a ser definido por regulamentações posteriores e a transferência da responsabilidade para os estados cuja estrutura de gestão ambiental precária ou inexistente.
Aprimorar o Código Florestal, na lógica de otimizar o uso de áreas desmatadas e impedir novos desmatamentos é uma perspectiva positiva do ponto de vista socioambiental. Para tanto, é fundamental que as mudanças consolidem um entendimento comum de valorização da floresta e que estejam de acordo com as expectativas da opinião pública brasileira.
As entidades ambientalistas reconhecem que é indispensável para o país promover o desenvolvimento econômico e a geração de empregos. Combinar esses fatores à conservação dos recursos naturais, garantindo a integridade dos ecossistemas é fundamental para a um desenvolvimento sustentável a longo prazo.
Entretanto, a crise climática global e o papel dos desmatamentos na emissão de gases do efeito estufa exigem uma postura enérgica de controle dos desmatamentos e manutenção dos ativos florestais existentes no País. A proposta tal como apresentada, ao contrário, contribui para a redução da cobertura florestal em um momento em que surgem os primeiros sinais de um aumento nos índices de desmatamento ao longo da fronteira agrícola brasileira.
É fundamental que a proposta como um todo seja revista de forma cuidadosa, com um amplo debate envolvendo a sociedade brasileira.
Assinam:
Greenpeace
Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN)
Fundação CEBRAC
WWF - Brasil
Instituto Socioambiental (ISA)
Instituto Centro de Vida (ICV)
Conservação Internacional (CI)
Amigos da Terra – Amazônia Brasileira
Rede Cerrado
Instituto de Estudos Sócio-econômicos (INESC)
Centro dos Trabalhadores da Amazônia (CTA)
Instituto de Manejo e Certificação Florestal e Agrícola (MAFLORA)
Associação de Preservação do Meio Ambiente do Alto Vale do Itajaí (APREMAVI)
quinta-feira, 18 de outubro de 2007
Representantes tomam posse no Conselho Deliberativo do FNMA
Luiz Mourão, representante da região Centro-Oeste, eleito pela Rede Cerrado, será reconduzido à cadeira, para um novo mandato de dois anos. Mourão convida as entidades da Rede para que levem até ele as demandas, sugestões e críticas que podem ser formalizadas no âmbito do Conselho. "Não é necessário que a instituição se preocupe com o formato da questão que quer tratar", explica o representante. "É importante, sim, que tragam ao representante os seus pleitos, para que possamos trabalhá-los".
* * *
PAUTA
CONSELHO DELIBERATIVO - 51ª REUNIÃO ORDINÁRIA
Data: 23 a 24 de outubro de 2007 • Horário: das 9hs. às 18hs.
Local: Hotel Fazenda Mestre Darmas
ABERTURA DA REUNIÃO
INSTALAÇÃO DOS TRABALHOS:
• Posse dos novos representantes do Conselho Deliberativo
• Aprovação das atas (49 ª e 50 ª Reuniões Ordinárias)
• Projeto de lei – Alteração da Lei de Criação do FNMA
• Projeto referente a Demanda Espotânea
• Termo de Referência Vale dos Sinos
• Termo de Referência da Bahia
• Termo de Referência Vale do Itaquari
ORDEM DO DIA:
• Situação da Demanda Espontânea – proposta de orientação de prazos
INFORMES:
• Portaria referente a redução de contra partida
• Portaria referente a utilização do elemento contribuição
ENCERRAMENTO DOS TRABALHOS:
• Definir data da próxima reunião
quarta-feira, 17 de outubro de 2007
Terceira edição do Encontro e Feira de Agrobiodiversidade do Norte Mineiro tem início amanhã
O III Encontro é uma iniciativa conjunta do Centro de Agricultura Alternativa do Norte de Minas (CAA/NM), dos Sindicatos de Trabalhadores Rurais (STR) de Porteirinha, Riacho dos Machados, Varzelândia, a Associação Nossa Senhora das Oliveiras (ACEBEV), Cáritas Janaúba, Cáritas Januária, NASCer, no âmbito do projeto "Manejo Sustentável da Agrobiodiversidade nos biomas Cerrado e Caatinga", com o apoio do Programa Biodiversidade Brasil-Itália .
Conheça abaixo a programação completa do evento.
III Encontro e Feira de Agrobiodiversidade do Norte Mineiro
Dia 18 de outubro de 2007
10:00 Credenciamento
12:00 Almoço
14:00 Local: Escola Estadual Ediston A. Souza
Abertura: Sindicato dos Trabalhadores Rurais de Riacho dos Machados – CAA-NM – Prefeitura – Câmara Municipal – Associação Comunitária Nossa Senhora das Oliveiras – Embrapa.
14:30 Apresentação da Programação, Objetivos e Compromissos
14:40 Painel: Agrobiodiversidade, Populações Tradicionais e Políticas Públicas: Contribuições para a Construção do Território da Cidadania –
CONAB, EMBRAPA, MDS, SECAD/MEC, MDA, PETROBRAS
16:40 Debate
18:00 Encerramento e informes
18:10 Banho
19:00 Jantar
Noite: início da preparação das sementes e outros produtos para a Feira que vai acontecer no sábado.
Dia 19 de outubro e 2007
6:00 Alvorada
7:00 Café
8:00 Visitas de Intercâmbio
Visita 01: Educação Contextualizada - Assentamento Tapera
Visita 02 : Populações Tradicionais e acesso a territórios - Comunidade de Cabaceiras
Visita 03: Arranjos Produtivos Diversificados e Oleaginosas - Assentamento Americana
Visita 04: Redes de Comercialização e Políticas de Credito para Agricultura Familiar
Comunidade de Fazenda Velha
Visita 05: Manejo da Agrobiodiversidade – produção e conservação de sementes locais -Comunidade do Touro
Visita 06: O Jovem no Meio Rural: Desafios e Perspectivas - Nova Porteirinha
12:00 Almoço
14:00 Apresentação da Sistematização das visitas
15:30 Debate
17:00 Encerramento e Encaminhamentos
17:10 Banho
19:00 Jantar
20:00 Cultural com apresentação dos grupos regionais
20 de outubro de 2007
6:00 Alvorada
7:00 Concentração e deslocamento para a feira (Café na Feira)
7:20 Feira da Agrobiodiversidade
12:00 Leitura da Carta de Riacho dos Machados e Encerramento
12:30 Almoço
14:00 Retorno para as comunidades
terça-feira, 16 de outubro de 2007
Cerrado e Caatinga ganham espaço na Biofach 2007
A alemã BioFach é a mais importante feira de negócios sustentáveis do mundo e desde sua edição latino americana, iniciada em 2003, tem contribuído para uma crescente inserção dos produtos da agricultura familiar e da economia solidária nos mercados nacional e internacional.
Algumas das mais importantes iniciativas que envolvem negócios realizados a partir do uso sustentável da biodiversidade do Cerrado e da Caatinga estarão representadas a partir desta terça-feira (16) em São Paulo na Sala Nordeste & Cerrado - Comunidades Eco-Produtivas. A sala faz farte da BioFach/Exposustentat América Latina 2007 que vai até dia 18/10. Trata-se da mais importante feira de negócios sustentáveis e que colocará em evidência a produção agroextrativista brasileira.
A Sala Nordeste & Cerrado reunirá 153 investimentos de 14 estados brasileiros localizados nos dois biomas. Os expositores representam mais de 17 mil famílias de agricultores integrantes das redes e articulações vinculadas à proposta da feira. As experiências apresentadas na Sala são desenvolvidas a partir do respeito às diferenças socioculturais e ambientais presentes nesses biomas.
O objetivo da Sala é abrir perspectivas para o comércio da produção sustentável desenvolvida pelas comunidades, já que a comercialização é um dos principais entraves que as comunidades enfrentam para colocar os produtos no mercado.
PPP-ECOS
Entre as iniciativas presentes na Sala Nordeste & Cerrado, estão os negócios de comunidades apoiadas pelo Programa de Pequenos Projetos Ecossociais (PPP-ECOS): a Cooperativa Agroextrativista Grande Sertão (polpas de frutas, óleos e mel); a Amavida (mel de abelhas nativas); a Pacari (plantas medicinais); Cooperjap (pequi); Ceppec (tecelagem) e Assema (derivados de babaçu). A Central do Cerrado, criada para apoiar o comércio justo e solidário das organizações comunitárias da região também levará seus produtos para o evento.
O PPP-ECOS existe em cem países e é financiado pelo Small Grants Programme (SGP), vinculado ao Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) da Organização das Nações Unidas. A execução dos projetos apoiados pelo PPP-ECOS se dá por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com interveniência do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS).
O programa também constitui co-financiamento ao Projeto Florelos (Elos Ecossociais entre as Florestas Brasileiras: modos de vida sustentáveis em paisagens produtivas), com apoio da Comissão Européia. No Brasil, o PPP-ECOS é coordenado pelo Instituto Sociedade, População e Natureza (ISPN).
A Sala Nordeste & Cerrado terá um representante da alta gastronomia do Nordeste, o chef Faustino, de Fortaleza (CE). Além de participar de vários momentos na Sala, Faustino fará um Workshop no dia 18/10 destacando o que há de melhor na culinária Nordestina.
Nos stands do evento, estarão expostos óleos, doces, essências, mel e derivados, frutas e artesanato, mostrando a importância da inserção sustentável dos produtos da agricultura familiar e da economia solidária nos mercados nacional e internacional.
Alternativas
As experiências da Sala Nordeste & Cerrado são respostas sustentáveis à forte descaracterização vivenciada por dois grandes biomas do país. No Cerrado, a expansão desordenada da fronteira agrícola devasta a exuberante biodiversidade e ainda coloca em risco as águas das principais bacias hidrográficas brasileiras que têm suas nascentes na região.
A destruição do Cerrado também compromete a base da sobrevivência cultural e material de extrativistas, indígenas, quilombolas e produtores familiares agroextrativistas, que têm, no uso dos seus recursos, a fonte de sua subsistência e geração de renda.
Já na Caatinga, bioma mais expressivo do Nordeste, os solos rasos, clima quente e as chuvas irregulares aliados ao elevado índice de evaporação, tornam o bioma um meio ambiente vulnerável. Com uma cobertura vegetal reduzida a menos da metade da sua área original e situado numa das regiões semi-áridas com maior pressão demográfica do mundo, o bioma enfrenta grandes desafios. Um deles é o estabelecimento de alternativas econômicas sustentáveis, que gerem desenvolvimento e garantam justiça social e conservação ambiental.
A 2ª Edição da Sala Nordeste & Cerrado é uma realização da GTZ (Agência Alemã de Cooperação Técnica), DED (Serviço Alemão de Cooperação Técnica e Social), Fundação Konrad Adenauer, ISPN (Instituto Sociedade, População e Natureza), MDA (Ministério de Desenvolvimento Agrário ), PDHC (Projeto Dom Hélder Câmara) MI (Ministério da Integração Nacional) e CODEVASF (Companhia do Desenvolvimento do Vale do São Francisco e do Parnaíba), e conta com o apoio do Banco do Brasil.
.: fonte: Assessoria de Comunicação da Sala Nordeste & Cerrado/BioFach – Exposustentat e ISPN
segunda-feira, 15 de outubro de 2007
Parlamentares e sociedade civil promovem debate sobre impactos dos agrocombustíveis
Em setembro, foi realizada, na Câmara dos Deputados, uma audiência pública sobre o aquecimento global, os agrocombustíveis e o direito humano à alimentação. A proposta do seminário de quarta-feira é aprofundar o debate feito na audiência, incluindo a abordagem de outras perspectivas e envolvendo novos atores da sociedade civil e do poder público.
A programação será composta por dois painéis com exposições acerca da economia e do modelo de desenvolvimento relacionado aos agrocombustíveis, sobre os direitos humanos ao trabalho, ao meio ambiente e à alimentação adequada. Além disso, alguns segmentos da sociedade civil e representantes do poder público exporão seus pontos de vista sobre o tema.
Semana Mundial da Alimentação
Instituída pela Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO), a Semana celebra o Dia Mundial da Alimentação, 16 de outubro, e este ano o tema central será justamente o Direito Humano à Alimentação. No Brasil, inúmeras atividades serão realizadas, em todos os estados.
Participação
Em Brasília, qualquer pessoa poderá participar do seminário, que será realizado no auditório do Interlegis, localizado à Via N2 - Anexo "E" do Senado Federal, das 9h às 12h e das 14h às 18h do dia 17 de outubro.
Nas demais cidades, é necessário entrar em contato com a Assembléia Legislativa – ou Câmaras Municipais, em algumas localidades – para que seja reservada a sala de videoconferências na data do seminário. A lista completa de contatos da rede nos estados está disponível no site do Interlegis (http://www.interlegis.gov.br/).
A transmissão via Interlegis garantirá ao evento um caráter nacional, que vai ao encontro dos objetivos do seminário, de fomentar o diálogo e a articulação dos diversos segmentos da sociedade relacionados às questões dos agrocombustíveis.
Conheça, abaixo, a programação completa do evento.
Seminário “Impactos sócio-ambientais dos agrocombustíveis: um olhar dos direitos humanos”
9h Abertura
9h30 Painel 1: Trabalho e modelo de desenvolvimento no contexto dos agrocombustíveis
- A questão do trabalho
- O modelo de desenvolvimento
- Propostas alternativas
14h Painel 2: Impactos sócio-ambientais dos agrocombustíveis
- Os impactos sobre o Direito Humano à Alimentação Adequada
- Os impactos sobre o Direito Humano ao Meio ambiente
- A visão dos movimentos sociais
- A visão do poder público
quinta-feira, 11 de outubro de 2007
Formação de GT de pesquisadores indígenas do Cerrado é tema de seminário
A linha INDIA do projeto Florelos pretende abordar questões e produzir conhecimentos referentes aos territórios indígenas no Cerrado, tais como os modos de vida sustentáveis e o manejo de recursos naturais, discussões sobre entorno de terras indígenas e zonas tampão e o direito dos povos indígenas com ênfase na proposição de políticas públicas. Com tal objetivo, iniciou-se um levantamento, a partir de fontes secundárias, sobre o Cerrado e as TIs no sentido de traçar um ponto de partida para aprofundamento sobre tais áreas ressaltando sua importância para a biodiversidade do bioma.
Pensando nos desdobramentos que o levantamento preliminar pode gerar, pensou-se na possibilidade de se criar um grupo composto por pesquisadores indígenas para a futura realização de um diagnóstico das TIs do Cerrado, escolhendo áreas prioritárias para a ação. O objetivo de tal iniciativa, além de gerar conhecimento qualificado sobre tais áreas, seria de iniciar um processo de formação de pesquisadores indígenas no Cerrado.
Finalmente, por meio da formação de um grupo de bolsistas composta por pesquisadores indígenas habitantes de regiões do bioma Cerrado pretende-se levantar questões a partir do ponto de vista das comunidades indígenas e produzir documentos e publicações que sirvam como subsídio para que os direitos em relação ao uso e proteção dos territórios dos povos indígenas do Cerrado sejam defendidos.
O seminário sobre pesquisadores indígenas do Cerrado será realizado na sala de reuniões do ISPN, em Brasília, DF.
Maiores informações: 61 3327-8085
Conheça abaixo a programação completa do evento:
Dia 16 de outubro (terça-feira)
9h Abertura, expectativas do grupo de trabalho e objetivos do seminário.
9h30 Apresentação ISPN – Projeto Florelos - Donald Sawyer
10h00 Apresentação CTI – primeiros avanços para o diagnóstico – Jaime Siqueira
10h30 Apresentação MOPIC
11h00 Questões e contribuições
14h00 Relato sobre experiências com pesquisadores indígenas
Convidados: Maria Elisa Ladeira (CTI) e Severiá (Wederã)
15h00 Questões e discussões
16h00 Relato sobre experiências com pesquisadores populares e programa de bolsas Convidados: Mônica Nogueira (A Casa Verde) e Henyo Barreto (IIEB)
17h00 Questões e discussões
Dia 17 de outubro (quarta-feira)
9 às 12h00
Definição do formato e objetivos do grupo de estudo para pesquisadores indígenas do Cerrado;
Ferramentas de seleção dos pesquisadores;
Discussão sobre possíveis parcerias (Universidades, ONGs, Estado);
Definição dos pré-requisitos para inscrição, áreas prioritárias e público-alvo;
Definição de documentação necessária e benefícios a serem financiados pela bolsa de estudos.
14 às 18h00
Definição de material a ser elaborado, cronograma, estratégia.
Dia 18 de outubro (quinta-feira)
9 às 12h00
Encaminhamentos;
Reflexões e avaliação do seminário.
.: fonte: ISPN.
quarta-feira, 10 de outubro de 2007
Desmatamento Zero de SP inclui o Cerrado
Foi publicada no Diário Oficial do Estado, no dia 22 de setembro, a Resolução 40 da Secretaria de Estado do Meio Ambiente, que dispõe sobre o projeto stratégico Desmatamento Zero , proibindo o corte e supressão de vegetação nativa no território paulista.
A resolução justifica que a fauna e a flora nativa do Estado, reconhecidas de utilidade ambiental, precisam ser conservadas por meio do aperfeiçoamento dos procedimentos de licenciamento, e fiscalização, estabelecendo mecanismos de gestão sujeitos à avaliação periódica, que garantam a efetividade das medidas mitigadoras e compensatórias exigidas no processo de licenciamento.
Desta forma, fica suspensa a concessão de autorização para a supressão de vegetação nativa nos seguintes casos:
I. Quando a área abrigar espécies da flora e da fauna silvestres ameaçadas de extinção, em território nacional ou estadual, assim declaradas pela União ou pelo Estado, e a intervenção ou a atividade colocarem em risco a sobrevivência dessas espécies;
II. Quando tratar-se de fragmentos de cerrado, cerradão e florestas nativas do Bioma Mata Atlântica, em estágios médio e avançado de regeneração;
III. Quando existir passivo ambiental no imóvel, consistindo de auto de infração ambiental não regularizado ou ocupação irregular de Área de Preservação Permanente - APP.
Ainda dentro do Projeto Estratégico Desmatamento Zero, será efetuada a revisão dos critérios técnicos e a definição de novos parâmetros para a concessão de autorizações para supressão de vegetação nativa, para cada bioma.
A resolução entrou em vigor na data da publicação e inicialmente tem prazo de 180 dias.
.: fonte: Secretaria Estadual do Meio Ambiente de São Paulo
terça-feira, 9 de outubro de 2007
Câmara dos Deputados discute uso sustentável do Cerrado e Caatinga
O representante do ISPN apresentou aos participantes uma avaliação sobre a produção agropecuária no Cerrado, o aumento da produção de cana-de-açúcar no bioma e suas conseqüências para o meio ambiente e as populações rurais.
Para Nilo D'Avila, a ausência de um sistema de controle e monitoramento do desmatamento no Cerrado impede a concepção de políticas públicas com bases em dados reais. Todavia, estima-se que o desmatamento na região seja de cerca de 22 mil km2 por ano, o que supera os índices registrados na Amazônia.
O agravante, segundo D'Avila, é que a Amazônia depende dos recursos hídricos do Cerrado. Para o assessor do ISPN, o desmatamento afeta a relação de interdependência entre os biomas."Além disso, a perda de biodiversidade pode fazer extinguir espécies de enorme potencial alimentar e medicinal", alerta.
O clima também é afetado pelo aumento dos gases de efeito estufa decorrentes das queimadas sem controle dentro e fora das áreas protegidas do Cerrado. No período de seca deste ano, nada menos do que dez parques nacionais localizados no bioma pegaram fogo. "Ficou demonstrado que o Estado não tem condições de operar em situações de secas prolongadas devido á falta de recursos humanos e equipamentos", disse Nilo D'Avila. Com o aquecimento climático, a situação tende a se agravar.
Para ele, os parlamentares podem colaborar apresentando emendas com recursos financeiros para que o governo possa desenvolver um sistema de monitoramento e controle do desmatamento em parceria com o Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (INPE). Seriam necessários cerca de R$15 milhões para o desenvolvimento do sistema que levaria três anos para ser criado e implementado.
Nilo D'Avila lembra que o debate na Câmara dos Deputados faz parte das discussões sobre a inclusão do Cerrado e da Caatinga na relação dos biomas considerados Patrimônio Nacional. A medida está prevista na Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 115/95, que está pronta para inclusão na pauta de votações da Câmara.
.: fonte: Jaime Gesisky - ISPN
sexta-feira, 5 de outubro de 2007
Mudanças climáticas é tema predominante no 58° Congresso Nacional de Botânica
No auditório Cabreúva, às 11h30 de segunda-feira (29/10), José Felipe Ribeiro, da Embrapa de Brasília, conduzirá o tema "Diversidade de paisagens e de espécies no Bioma Cerrado, agricultura e possíveis implicações em mudanças climáticas".
Programação completa, inscrições e informações podem ser obtidas pelo endereço http://www.58cnbot.com.br/.
quinta-feira, 4 de outubro de 2007
Alto Paraíso se mobiliza contra as queimadas
Neste sábado (6 de outubro), acontecerá o Primeiro Encontro dos Atingidos pelas Queimadas de Alto Paraíso. O evento será a partir das 13 horas, na feira do produtor - ao lado da Prefeitura Municipal, e reunirá representantes de ONGs, de órgãos governamentais e da comunidade, com o objetivo de debater o desenvolvimento de uma estratégia de prevenção e combate ao fogo. O fenômeno das queimadas tem crescido nos últimos anos e aumentado a gravidade de suas conseqüências.
De acordo com o boletim Flor do Cerrado, da Rede Verde Brasil, "As queimadas e os desmatamentos liberam gás carbônico e calor para a atmosfera, contribuindo juntamente com a queima de combustíveis fósseis, para tornar o ar mais seco e mais quente. Essas forçantes climáticas aprofundam os períodos de seca, expandem as áreas desérticas e alteram o movimento dos ventos, criando as condições para que o fogo, ao pegar, vá muito além do que poderiam imaginar seus autores."
Mais informações: redeverdebrasil@gmail.com. Anjje Cristina e Regina Figueiredo integram a comissão organizadora do evento.
quarta-feira, 3 de outubro de 2007
FrutaSã vence o 3º Prêmio CEBDS de Desenvolvimento Sustentável
.: fonte: www.trabalhoindigenista.org.br
terça-feira, 2 de outubro de 2007
Articulação Pacari promove debate sobre a proteção de conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade
Para se criar os mecanismos de proteção necessários, tornou-se imperativo o aprofundamento dos debates em torno da Medida Provisória 2186/16-01, para a proteção dos conhecimentos tradicionais associados à biodiversidade, e da Política de Plantas Medicinais e Fitoterápicos. Nesta perspectiva, desde 2006, a Pacari realiza eventos como a oficina "Medicina Popular e a Legislação de Acesso a Recursos Genéticos, Conhecimentos Tradicionais e Repartição de Benefícios", ocorrida no município goiano de Luziânia, entre os dias 27 a 29 de agosto de 2007. O evento foi realizado em parceria com o DPG/MMA (Departamento do Patrimônio Genético do Ministério do Meio Ambiente).
Para a Articulação Pacari, o Programa Nacional Plantas Medicinais e Fitoterápicos deve contemplar ações e recursos para estruturar as farmacinhas comunitárias e promover o acesso das comunidades a reservas de plantas medicinais, além de garantir a produção, troca e comercialização de remédios caseiros.
"O governo está fazendo muitas políticas. As comunidades são chamadas para conhecer e opinar sobre as políticas e na maioria das vezes estas políticas não atendem à realidade das comunidades. As políticas também são muito fragmentadas, não convergem e ainda exigem um tempo diferenciado para a sua elaboração e execução - existe o tempo do governo, o tempo da política em si e o tempo das comunidades", diz trecho do relatório final da oficina.
Destaca-se, entre os resultados do evento, a criação de uma articulação entre redes e movimentos sociais que trabalham com Medicina Popular, Plantas Medicinais e Conhecimentos Tradicionais no país: a ANPLA - Articulação Nacional de Plantas Medicinais, formada inicialmente pela Articulação Pacari, Associação Central de Saúde Alternativa (ACESA), Conselho Nacional dos Seringueiros (CNS), GT Biodiversidade da Articulação Nacional de Agroecologia (ANA), Movimento de Mulheres Camponesas (MMC) e Rede Fitovida.
Conheça na íntegra o relatório da oficina.
segunda-feira, 1 de outubro de 2007
PPP-ECOS tem US$ 720 mil para projetos sustentáveis no Cerrado
O programa existe em cem países e é financiado pelo Small Grants Programme (SGP), vinculado ao Fundo para o Meio Ambiente Global (GEF) da Organização das Nações Unidas. A execução dos projetos apoiados pelo PPP-ECOS se dá por meio do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) com interveniência do Escritório de Serviços de Projetos das Nações Unidas (UNOPS).
O PPP-ECOS tem duas categorias de apoio: Pequenos Projetos com recursos de até US$30 mil para apoio geral e Projetos de Consolidação, com recursos de até US$50 mil para experiência/projeto com resultados e impactos positivos já comprovados e que possam ser replicados em outras comunidades.
Terão prioridade os projetos voltados para a promoção das capacidades e potencialidades de comunidades locais, inclusive tradicionais e indígenas, resultando na promoção de modos de vida sustentáveis. As propostas também devem demonstrar a viabilidade dos objetivos, gerando resultados concretos nos prazos previstos e com os recursos disponíveis.
Para concorrer ao edital, os projetos devem se referir ao bioma Cerrado ou às zonas de transição entre o Cerrado e Caatinga, Amazônia ou Pantanal. A entidade proponente não precisa estar sediada nesses biomas, mas deve atuar na região. Organizações governamentais, empresas privadas ou pessoas físicas não podem participar da seleção. A duração do projeto deve ser de até dois anos.
Sustentabilidade
Apesar de sua biodiversidade, os recursos hídricos estratégicos e sua importante participação na manutenção do clima do Planeta, o Cerrado sofre fortes pressões com a expansão da fronteira agropecuária, as obras de infra-estrutura e do crescimento urbano. Estima-se que o bioma já tenha perdido cerca da metade de sua cobertura vegetal nas últimas décadas, com perdas incalculáveis para a biodiversidade mundial.
“O apoio às comunidades rurais, sejam elas tradicionais ou de agricultores familiares é uma forma de ajudar a manter o Cerrado para as gerações futuras”, explica Andréa Lobo, presidente do ISPN. Segundo ela, os impactos positivos decorrentes do apoio do PPP-ECOS às comunidades do Cerrado podem ser percebidos nos 236 projetos localizados em toda a região de abrangência do bioma.
São mais de 150 organizações atendidas e cerca de US$ 6 milhões destinados aos beneficiários nos 12 anos de existência do programa. A lista completa de projetos apoiados pelo PPP-ECOS pode ser encontrada no site do ISPN (www.ispn.org.br)
Mais informações: (61) 3327 8085
.: fonte: Assessoria de Comunicação do ISPN.